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Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos.



(Miguel Unamuno)







Jesus, Mestre e Amigo Ensina-nos a AMAR!...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Estou Pensando... Na Vida!

Trabalho como voluntária em um hospital, no setor de Oncologia e de  Cuidados Paliativos (que são os pacientes terminais) não na área técnica, mas na humana. Não atendo pacientes com as técnicas de enfermagem, com aplicação de medicamentos o que é extremamente necessário, (isso compete aos profissionais da área) mas aplico a terapia do AMOR.

Cedo os meus ouvidos para queixas, as lamentações, mas encontro entre estes os que alimentam a fé, a esperança, e mantém em seus lábios o nome de Deus e de Jesus; Ofereço as minhas mãos para a carícia em cabeças ainda jovens e outras desbotadas pelo tempo, outras ainda sem nenhum fio de cabelo perdidos através do tratamento da quimioterapia, que é tão necessária para o tratamento do câncer.
Alguns já encontro despedindo-se da vida física, arquejantes, extáticos, angustiados, interrogações estampadas no olhar, mas ainda lutando, apegando-se a tênue fio  que o prende àquele corpo desgastado, tantas vezes deformado, e outras, exalando odor desagradável através de secreções que expelem ainda “vivos”. E, coloco-me ao lado daquele ser que aguarda apenas o momento da partida, elevando a Deus uma prece silenciosa para que receba em seus braços amorosos àquela criatura que segue para o mundo espiritual em condições físicas tão deprimentes e, inúmeras vezes fico a refletir:  Como estará esta criatura espiritualmente? Será que soube aproveitar a oportunidade da prova vivida para renovar-se, para refletir sobre os seus erros e acertos? E fica-me a interrogação a estas perguntas.
 Uso os meus braços para envolver em carinhoso abraço, e palavras para confortar àqueles que amam e que estão á cabeceira do ente querido vendo-o sofrer, preparando-se para a grande viagem com destino ignorado, deixando a tristeza e a saudade naqueles corações queridos ligados pelo afeto, pela amizade, pelos laços de sangue e de amor que ficam vertendo lágrimas por tão dorida perda; E me detenho pensando na vida, minha, e de todos nós que nos dedicamos apenas à busca da materialidade: Prazeres, beleza física, dinheiro, “facilidades”, e esquecemos-nos de cultivar a principal planta do “nosso jardim neste plano de expiações e provas que é o Planeta Terra, que são os “Valores Morais.” Esquecemos o amai-vos uns aos outros que Jesus nos ensinou, os bens matérias que conquistamos durante a nossa vida, não vai nos garantir um passaporte para a felicidade eterna.
Costumamos dizer que a vida é tão curta e precisamos aproveitá-la ao máximo; Isso é verdade! A vida é efêmera, tão breve que sequer a percebemos passar, e só despertamos para essa realidade quando a nossa pele enruga, os cabelos se cobrem com a neve do tempo, a nossa visão e audição ficam precários às nossas necessidades, os nossos membros já não atendem tão prontamente ao comando da nossa mente; E a nossa mente? Ah! Na visão dos jovens, não passamos de velhos caducos, ultrapassados no tempo, nas lembranças... Então percebemos que o tempo passou por nós, e nós não passamos por ele, aí sim vamos perceber quanta beleza da vida deixamos de observar, como por exemplo: O desabrochar de uma rosa, o nascer e o por do sol, o tamborilar da chuva num telheiro, a alegria das plantas sob a chuva, a beleza do orvalho da manhã numa pétala de flor, o sorriso sincero de uma criança (até mesmo dos nossos filhos), a imensidão azul às vezes estampada por alvas nuvens que nos parece um lindo rebanho de carneirinhos no céu; De acompanhar as fases da lua até vê-la surgir maravilhosa, imponente quando na fase cheia e, nem percebemos o negro manto da noite, bordado de estrelas cintilantes que nos convidam a admirar no Universo Infinito, que mesmo em trevas resplandece em beleza e luz!  Os nossos olhos estão fixos nas cifras que precisamos ganhar, no carro de luxo que queremos comprar, nas luzes da cidade acesa nos convidando para as noitadas onde nos entregamos aos vícios, às paixões desregradas e, esquecemos que temos um lar, filho, esposa ou esposo que nos espera para desfrutar um pouco da nossa companhia... Mas, e os nossos ouvidos? Será que eles não percebem o sorriso alegre das crianças brincando, o chilrear dos pássaros saudando alegres um novo amanhecer... A maravilha da música dos grandes menestréis, as palavras divinas sendo divulgada pelos diversos credos religiosos, nos chamando a atenção para os nossos compromissos, com Deus e a nossa consciência... Será que não escutamos em nenhum momento o lamentar de uma alma dorida que fala de solidão, da perda de entes queridos, do abandono, da fome, da carência de afeto, do medo, das suas angústias? É claro que não, como poderíamos se em nossos ouvidos só ressoam os risos embotados pelo álcool, pelas drogas, pela luxúria que entorpecem os sentidos... As promessas falazes, as baladas que fazem nossos corpos retorcerem quais serpentes rastejantes, na busca tresloucada de prazeres insanos. A nossa voz que nunca se eleva para perdoar ou pedir perdão, não pronuncia uma prece de louvor e agradecimento a Deus e, quando o faz é só para pedir que ajude na conquista de melhor posição social, na aquisição de mais valores, de bens perecíveis, ou para pronunciar palavras que em nada enaltece a vida ou os valores morais.
 E as nossas mãos como as utilizamos? Será que elas se estendem para amparar o caído, enxugar lágrimas que correm das faces dos desafortunados, tecem agasalhos para os pobres, curam feridas, abençoam, acariciam?... Hoje vemos mãos até mesmo de crianças empunhando armas para matar seu semelhante, agredir, espancar, roubar... Será que as nossas mãos não se unem mais em preces, não socorrem, não abençoam? O que acontecendo conosco? Porque a criatura está mais animalizada de que os próprios animais? O que está acontecendo com a família, com as mães, que quando não abortam, abandonam os pequeninos rebentos qual se fora animal peçonhento entregues à própria sorte?  E continuo a pensar... Penso que nós precisamos despertar para a nossa verdadeira realidade espiritual. Deus é Justiça, é benevolência, é Amor, e jamais Ele destinaria aos filhos seus, momentos tão tristes e dolorosos como o que mencionamos acima, e outros bem mais deprimentes que com certeza se encontram neste emaranhado de condições criadas por nós mesmos, através dos sentimentos mesquinhos e perturbadores dos quais nos alimentamos dia a dia em nossas vidas; Lembremos que “Colhemos Aquilo que Plantamos.”
Até quando pretendemos caminhar num vale de lágrimas? Até quando alimentaremos em nós sentimentos perturbadores que nos escravizam as paixões desenfreadas que nos arrastam aos abismos profundos do nosso ser. É doloroso nos olharmos num espelho e vermos às vezes uma figura até agradável por fora, mas intimamente desconhecemos a nossa verdadeira face, aquela que se esconde na fisionomia bonita que construímos com maquiagens, ou mesmo aperfeiçoada pelo bisturi dos cirurgiões plásticos. Essa é realidade que queremos ver, por isso fechamos os olhos para não olharmos dentro de nós, no nosso íntimo, enxergarmos quem realmente nós somos...
E assim caminhamos perdidos nos nossos próprios passos, sem bússola, sem destino, sem esperança, sem fé!... Essa é a vida que nós vivemos, mas... Quais são os nossos desafios?
Refletiremos sobre eles!...
Paz!...
  Jane Maria

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